sábado, 31 de dezembro de 2011

'' DEPOIS DA AULA , O SEBO '' .

             Quando cursava o ginásio , era comum na sala de aula ter aquele grupinho no fundo , e a minha turma não era diferente . o famoso grupinho da bagunça do qual eu fazia parte , também tinha gente que gostava de quadrinhos . na verdade eu prestava mais atenção na revista do que na aula . com o passar do tempo vamos pegando mais intimidade com as pessoas e pude notar que alguns rapazes gostavam de HQs tanto quanto eu . chegávamos ao ponto de emprestar uns aos outros na hora do recreio , conversar sobre tal personagem e trocar com o amigo p/ ele ler em casa . quando não tínhamos a última aula não via a hora de ir ao sebo do Marcos , de apelido trouxinha , e mais á frente até a banca de jornal ver as novidades . um dia ,  ao sair da escola , estava folheando algumas HQs quando ví um cara da minha turma também olhando quadrinhos . na hora de ir embora falamos rápido e foi cada um pro seu lado . no dia seguinte , faltou tempo p/ nós conversarmos sobre tal assunto . empresta daqui , troca dali , compra de lá ...
             esse amigo de nome Gutembergh  compartilha  comigo até hoje o gosto pelas HQs . ( só que hoje em dia um pouco menos ) .

                 '' SAIR SOMENTE PARA COMPRAR HQs. ''
    
Depois que o Marcos saiu do meu Bairro , as revistas em quadrinhos antigas sumiram . tinham alguns caras como o Félix ( 700 ) , e o Pedrinho , ( esse aí tinha tantos apelidos que nem sei qual colocar aqui ) . mas vamos lá . depois que terminei  o ( antigo ) ginásio fui fazer meu segundo grau em Sta. Cruz , e lá toda terça depois da aula ia na feira comprar  e  trocar revistas . a banca do cara era  grande , recheada de livros e revistas . no decorrer do tempo eu e o Gutembergh  íamos alguns finais de semana a outros lugares comprar HQs novas ( porém , antigas ) . Campo Grande e  Madureira eram os Bairros de Destaque . o ''sebo e livraria Portela''  era um dos nossos favoritos . vale ressaltar que quando íamos lá , particularmente , meu coração batia mais forte de tanto entusiasmo com o que iríamos encontrar lá de novidades . andávamos um mais rápido que o outro p/ ver quem pegaria primeiro as HQs mais bacanas . em certo ponto , tinha -se um pouco de tranquilidade , pois o Guto gostava mais da DC comics e eu adorava  a  Marvel comics . na volta p/ casa , quase sempre contentes com as compras , ficávamos  folheando-as dentro do ônibus .

                         '' O LINGUAJAR '' .

    Tínhamos um linguajar peculiar e particular ao conversarmos s/  quadrinhos no colégio e em lugares públicos em geral . perto de pessoas que não entendiam do assunto e outras por pura  ignorância tinham um certo preconceito . ( deve-se também levar em conta que nos anos 80 era bem pior a visão das pessoas em acharem que HQs era coisa de criança ) . então eu e o amigo Gutembergh resolvemos abreviar , falar das inicias dos personagens em quadrinhos . por ex : H A era Homem -Aranha , B T N era Batman , S H era Super - Homem e por aí vai...   quem passava ou estava perto da gente não entendia nada . achava papo de surdo  e mudo e só assim não precisávamos mudar de assunto .
     
              * Hoje em dia vemos muito adulto comprando quadrinhos em gibiteria  , sebos e bancas de jornais . sem falar do mercado cinematográfico , que deu o braço á torcer fazendo vários filmes sobre super-heróis . afinal de  contas , o adolescente de ontem é o adulto de hoje .
      

sábado, 13 de agosto de 2011

A ÚLTIMA REVISTA DO ARANHA: OU EU OU O CARA.

                 Foi num sábado. numa tarde de sábado. estávamos eu e o amigo Gutembergh no centro de Campo Grande, RJ. depois de ter rodado alguns sebos fomos  de banca em banca á procura da revista mensal do Homem -Aranha, da qual todo mês eu comprava e fazia coleção. porém, toda banca que  ia
já havia acabado a tal edição do presente mês. eu,  já meio que impaciente consegui encontrá-la em uma
banca no final do calçadão. bem, encontrá-la em termos, porque a tal revista que eu procurara estava
 na mão de um carinha do qual a folheava sem muita pressa. minha apreensão aumentava
e eu tentando disfarçar olhando para outras revistas e  para a cara do gutembergh e ele com ar de riso.
''   quando acho a revista, alguém pega e começa a folheá-la''. se o cara comprasse eu  estava perdido.
o jornaleiro então me perguntou se eu queria alguma coisa e eu disse que só estava dando uma olhada.
finalmente, depois de alguns estressantes minutos o rapaz largou a revista  e foi p/ o outro lado da banca.
peguei- a rapidamente, paguei e levei a última edição daquele mês. aquela tinha sido por pouco.
                ( a capa desta edição é a mesma da qual estava procurando na  época. só que na versão brasileira. )

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

'' DURA NO AKIRA ''

             Anos 90.  eu quase sempre passava minhas férias do  colégio na casa de meus irmãos. ás vezes ia  levar minha cunhada em sua casa no bairro da Tijuca.  numa noite, voltando  de lá resolvemos passar em uma banca . ele pra comprar o jornal  do dia seguinte e eu pra dar uma olhada nas novidades em quadrinhos. ao sairmos da banca , eu havia comprado  uma edição do Akira ( Akira era uma publicação mensal em formato americano ). confesso que não sou fã de mangá , mas havia alguns como o '' Lobo Solitário'' que me chamavam atenção.   pois bem , em direção ao ponto de ônibus , que não era muito perto , resolvemos então dar uma corrida . coloquei a revista dobrada  embaixo da blusa e presa na calça. chegando próximo a uma esquina fomos abordados por um policial civil com arma em punho e o distintivo no pescoço.  tomamos um susto, claro. sabíamos também que a Tijuca é um bairro muito perigoso , rodeado de favelas e  com um forte tráfico de drogas. o policial perguntou  porque estávamos correndo.  meu irmão então explicou tudo,  mostrou seus documentos dizendo que era trabalhador e que eu era seu irmão. portanto, estávamos indo para casa . o policial  me olhou e perguntou o que era aquele volume embaixo  de minha blusa. eu rapidamente tirei a  HQ. do Akira presa na calça. o homem  a  pegou,  folheou-a virada para o chão pra ver se caía alguma coisa. me entregou e avisou : - não fiquem de bobeira aí na rua que está tendo operação. podem ir .  continuamos então, em direção ao ponto e no caminho passavam várias viaturas por nós. meu irmão aconselhou não mais colocar a revista embaixo da  blusa.
                 OBS. s/ o personagem:

                A história do Akira se passa na cidade de Tóquio, destruída pela terceira guerra mundial , no ano de 2019. ( será que teremos uma até lá ? ). após a  explosão a cidade é reerguida e os resíduos radioativos transformam as crianças  em estranhas criaturas com poderes extra sensoriais. o autor, Katsuhiro Otomo lança nos quadrinhos explosões, tiroteios, desabamentos e perseguições. é pau para toda obra.verdadeiramente quadrinhos para adulto.



* AKIRA - Resumo -  Um novo tipo de bomba explode sobre a área metropolitana do Japão e nove horas depois tem início a Terceira Guerra Mundial . agora em 2030 , o mundo se reconstrói e em Neo Tóquio , guangues de rua se degladiam em suas potentes motocicletas . neste ponto , tem início uma trama que envolve conspirações militares , experiências genéticas envolvendo seitas religiosas e a grande força...  AKIRA ! não há muito que se possa dizer de uma revista tão boa , a não ser devorá-la de cabo a rabo e observar o excelente trabalho de Katshuhiro Otomo .

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

''O RESGATE DA REVISTA ELEKTRA VIVE ''.

           Numa das idas p/ o trabalho na Ilha do Governador -RJ, descia quase sempre no Parque União. ( bairro vizinho, que beira a Av. Brasil ). no sentido zona oeste tinha um cara, que por sinal muito bacana,
com uma banca de livros e revistas usados, como sempre parei pra dar uma olhada se tinha algo interessante. pois ainda estava meio cedo pra eu pegar no serviço.  procurei,  procurei... até que num monte
de HQs achei a revista "Elektra Vive ". escrita e desenhada pelo mestre Frank Miller.  na hora pirei por dois
 motivos : 1- era porque eu queria muito aquela revista . 2- o dinheiro que tinha naquele momento não dava
pra comprá-la . ou eu a levava ou ia embora á pé.  no momento fiquei sem saber o que fazer. acho que o cara tinha notado minha apreensão. o que fazer então?  pedir  a ele para  guardá-la  até amanhã ? resolvi tentar. conversei rapidamente com ele , dizendo que eu era colecionador de HQs e que aquela revista eu estava procurando há algum tempo. ele então disse que iria guardá-la até amanhã e eu viria sem falta resgatá-la.
         fui para o serviço mas pensando na ''revista'' e  pedia  para que o dia  passasse o mais rápido possível . no
dia seguinte , cheguei uma hora antes na banca do cara . ele me cumprimentou e disse que a revista estava
guardada pra mim . após ele falar aquilo me veio um alívio que só quem é colecionador sabe . paguei com
a maior satisfação do mundo, peguei a revista e o agradeci por mais uma vez ter  complementado  minha
coleção de obras do Frank Miller.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O COMEÇO DE TUDO

        confesso que meu primeiro contato com HQs foi muito indireto. minha mãe, que desde nova , adorava ler ( e acho que veio dela  o meu grande gosto pela leitura ) ia quase sempre num homem chamado Marcos, o qual tinha uma pequena banca de livros e revistas usados perto de minha casa . ela adorava aqueles livros de romance de nome ''Sabrina , Júlia , Mônica  etc''.  lá ela fazia trocas com o dono da banca , comprava alguns e ainda trazia de vez em quando alguns quadrinhos preto e branco de terror. pois na época deviam fazer o maior sucesso. o nome da revista era'' Kripta''. me recordo até hoje do desenho de um menino feio que jogava bola de gude com um de seus olhos com os outros colegas abismados. com a idade que tinha na época , fiquei admirado com tal imagem e ao mesmo tempo a imaginação aflorava  em minha cabeça.

      meu  interesse  foi crescendo e as revistas foram vindo aos poucos. vieram as ''hist . reais de Drácula , as de Lobsomen , o herói de roupa vermelha , '' fantasma''.  foi o máximo ver quadrinhos coloridos. minha mãe adorava o fantasma porque ele tinha um romance com a Diana. o tempo foi passando e comecei a estudar. um dia resolvi guardar o dinheiro da merenda e ir até a banca do marcos sozinho. o cara já me conhecia e naquele momento o que eu ví de variedades em HQ não estava no ''gibi''. fiquei louco. não sabia o que levar primeiro e o meu dinheiro infelizmente não dava pra comprar  tudo.